quarta-feira, 17 de junho de 2009

pretenciosamente despretencioso

poderia, sim, tranquilamente, ser pura inveja. mas isso seria mais fácil de engolir, suponho.
o fato é que o filme "apenas o fim", é chatíssimo.
[nesse espaço você pode refletir o quanto isso soa como inveja]
pois bem, sabendo que o filme foi feito por jovens estudantes de cinema da puc do rio, que agora começam a ser chamados de "a nova geração", ganhando certa visibilidade e alguns prêmios, todos os outros mortais estudantes do ramo sentem um certo nó na garganta.
conseguindo entender racionalmente tal fato, me desarmei de pré-conceitos e fui assistir o filme até mesmo pré-disposta a ver o que ele tem de bom. e tem, um pouco.
principalmente gregório duvivier, ator que carrega o filme nas costas, e algumas raras frases engraçadas.
mas, a bem da [minha] verdade, o filme é [repito!] chatíssimo.
consegui facilmente passar por cima das manchas na lente da câmera, das cores estouradas e do som mal captado, já que muito disso não deve ser culpa dos estudantes (experiência própria).
mas todo o resto não diz respeito à técnica...
cópia descarada de "antes do amanhecer" e "antes do pôr-do-sol", que aliás, já são cópias um do outro, "apenas o fim" tem por base (como todo filme de baixíssimo orçamento), o diálogo.
e aí entra o problema. diálogo este extraordinariamente desinteressante, recheado de frases de efeito e nomes de marcas (mcdonald's, lojas americanas, coca-cola...), essas, aparentemente, nem servindo de merchandising estavam; são citadas, juntamente com uma avalanche de referências estereotipadas (strokes, all star, orkut...), na tentativa desesperada de atingir um público jovem (chegando a lembrar a novelinha "malhação").
a falta de argumento do roteiro também incomoda. a garota esta terminando com o namorado porque vai fugir da cidade em 1 hora, e essa 1 hora de conversa é o filme.
pois bem, não parece uma fuga, muito menos um término de namoro. parece uma conversa entre amigos pseudo-cults em uma caminhada pelo ibirapuera.
nem mesmo a brevíssima (e surpreendentemente sem graça) aparição de marcelo adnet levanta a trama.
fora os vários momentos em que o filme se mostra na defensiva, colocando no tal diálogo tudo que o próprio filme tem de fraco.
agora sim posso admitir um pouco da minha inveja: o que me irrita nisso tudo é o reconhecimento nacional que esses caras estão conseguindo [ao meu ver] por nada.

Um comentário:

Jana F. B. disse...

putz!
e eu que tava super empolgada pra esse filme.