terça-feira, 15 de setembro de 2009

pós-neo-conservadorismo

o termo "conservador" carrega em si algo ruim mesmo sem, necessariamente, sê-lo.
a princípio, já está dito, conservador é aquele que preza pela conservação de algo.
o problema começa, como diria meu sábio tio adalberto, quando o ser humano resolve interpretar.
como adjetivo, o termo acaba remetendo ao moralismo, sociedade patriarcal, onde tudo é tabú, é ofensa, é feio.
porém, por que não podemos pensar em um conservador dos princípios indígenas? só retirar da natureza o necessário para a sobrevivência.
ou dos valores hippies? sexo, drogas e rock'n'roll.
(aqui cabe um parênteses: nosso mundinho estereotipado não nos deixa ver, mas a verdade é que o hippie e suas roupas confortavelmente coloridas é mais rockeiro que você, coleguinha do cinto de rebite)
por que o posicionamento político do cidadão não pode ser o de cima? ou aquele ali, quase na diagonal da tangente, de revesgueio.
esse catálogo de adjetivos ao qual é preciso se adequar senão (senão o que?), já passou da validade.
quero fuçar no lixo dos anos 60, achar o piloto do catálogo deles, acrescentar e acrescentar, e distribuir na promoção da coca-cola.
só pela farra.
não venha dizer que por fora liberal e por dentro pão bolorento porque isso, além de vilipendiar o termo, ainda soa como piada.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

a pequenez nossa de cada dia

século 19.
a loirinha lê um livro chato que um dia há de ser clássico.
que ousadia a dela em ler um livro chato em pleno século 19,
com essa nossa contagem cronológica duvidosa,
justamente no hemisfério norte de um planetinha sólido-liquido-gasoso que plana sem explicação alguma (não se sabe ao certo se) no meio de uma vastidão de nada.
a parafina engole a chama tornando-a leitoso sopro, e mantendo-se parafina.
"logo agora que um novo capítulo começara".

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

desgastada virgindade

no arrastar da noite de domingo, passo, com a cabeça recostada no vidro do carro, pelas vitrines com dezenas de vestidos de noiva.
a luz direta, na umidade escura da rua, reflete-se nos babados de maneira desgastante.
são brancos, são champagne, são nude, são beges... no fundo são patéticamente brancos.
são de tule, tafetá, cetim e seda.
são de pano.
são evasês, drapeados, com rendas, nervuras, vidrilhos e pérolas.
são todos iguais,
cada vez mais hipócritas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

doces bárbaros

o rock é o nosso tempo, baby
rock and roll é isso
chuck berry fields forever
os quatro cavaleiros do após-calipso, o após-calipso
rock and roll
capítulo um
versículo vinte
sículo vinte
século vinte e um

sexta-feira, 4 de setembro de 2009