quarta-feira, 28 de abril de 2010

some say april's the cruelest

"por que não? por que me afastar assim, gata?"

- eu prefiro que você me veja sempre assim: bonita, maquiada, me divertindo ao tomar cerveja com você e amigos. de jeito nenhum eu gostaria que a imagem de uma pessoa divertida sumisse aos poucos com as oscilações de humor, crises de choro, tpm, o gosto ruim na boca de manhã, a cara de acabada depois de uma noite mal dormida…

"mas essas coisas fazem parte de você!"

- pois é; a barganha é essa: metade ou nada.

[e por dentro, ela pensava: escolha a metade, por favor]



.escrito por Bea - http://quarentaetresporesdesol.blogsome.com/ .

segunda-feira, 26 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

o menino que eu não amo

o menino que eu não amo escreve bem. e escreve muito.
nunca escreve muito bem. mas quem de nós consegue fazer isso ao final das contas?
ele escreve, e isso já é bastante interessante.
o menino que eu não amo penso que não me ama também.
então tudo bem.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

aquilo que óbviamente não presta

eu tenho cara de bicho papão.
pareço um enigma e sou tão típica.
me agradar é a coisa mais simples do mundo e ninguém consegue.
eu gosto dos desgraçados, dos sofrimentos visíveis.
do mendigo, do aleijado, da puta por profissão.
desses que sem dizer nada, dão um tapa na cara do meu sofrimento burguês.

canalha

seria melhor não escrever do que usar a desculpa da ficção quando falho na vida. responsabilizar-me por cada uma das palavras, conhecendo de antemão quantos gramas pesa na língua.
não dizer o que não acredito, não comprar no idioma o que não preciso, não invejar o que não tenho.
(...)
até eu me apaixonaria por mim se não me conhecesse. mas vivo desmarcando encontros comigo. se eu for chato, insistente, vaidoso, ambicioso? como dar o fora em mim?
sou incompetente para tanta coisa, que muitas vezes nem começo para não entregar minha incompetência.
é mais fácil perdoar um escritor – ele se defende com folga, é articulado, inverte os papéis, mas não significa que não cometeu erros da mesma forma daquele que não tem palavras.
peço desculpas por pensar que a literatura é suficiente; não é, nunca vai ser; uma noite saímos dela e não teremos exemplares para nos justificar e não teremos leitores para nos confortar e seremos tão-somente o que vivemos, o magro pão dormido e a manteiga do sol.
terei que sair do livro e esperá-la do outro lado da rua. terei que ser mais do que uma frase bonita e um par de mãos para esconder sua fragilidade. terei que ser verdadeiro.

.carpinejar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

no braseiro

quero justiça, alegria e quero paz,
mas com direitos iguais, como já disse tosh
e quero mais que um milhão de amigos do rc
como luís e su, as maravilhas do mundo quero comer
quero me esconder debaixo da saia da minha amada
como martinho da vila, em ancestral batucada
eu quero é botar meu bloco na rua, qual sampaio
quero o sossego de tim maia, olhando um céu azul de maio
eu quero é mel, como cantou melodia
quero enrolar-me em teus cabelos
como disse wando à moça um dia
quero ficar no teu corpo, como chico em tatuagem
e quero morrer com os bambas de ataulfo bem mais tarde
só que bem mais tarde...

eu quero ir pra ver irene rir, como escreveu veloso.