terça-feira, 30 de junho de 2009

2 meses sem falar com ele, e então...

Fernando diz:
oi
.lp. diz:
aloha
Fernando diz:
tudo bom?
.lp. diz:
melhorando.
vc?
Fernando diz:
aconteceu alguma coisa?
.lp. diz:
várias.
quer que comece por onde?
Fernando diz:
eu to bem.
eu quero começar... com um comentário... e depois vc começa, ok?
.lp. diz:
ok
Fernando diz:
independente do que tenha acontecido... do que cada um sentiu... do que cada um acabou fazendo ou deixando de fazer...
lih... eu to com uma saudade COLOSSAL de vc... e nesses dias eu abri meu caderno de capa feia e na última página eu vi de novo sua foto e a frase... e fiquei mto triste.
pronto... pode começar.
.lp. diz:
mto triste? o que eu escrevi embaixo da foto?
Fernando diz:
mesmo que o tempo e a distância digam não.

domingo, 28 de junho de 2009

pelas calçadas

o coração é, no máximo, uma bomba sanguínea.
se existir físicamente (quimicamente) algo a que se possa chamar amor,
certamente está no cérebro.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

a volta

noite a dentro, o vidro embaçado difunde as luzes que passeiam pelas janelas do ônibus.
circularmente, deslizo os dedos por aquela condensação pulmonar alheia.
e me imagino vista de fora.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

aconteceu

quando um descaminho
acha o seu desvio
tudo se alivia
foi melhor assim
quando dei por mim
já estava aqui
e agora.


.marisa monte.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

1 em 1 milhão de vezes

- ô mocinha, seu tênis tá desamarrado.
- ah..
- é que quando a gente é pai uma vez, nunca deixa de ser, sabe?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

pretenciosamente despretencioso

poderia, sim, tranquilamente, ser pura inveja. mas isso seria mais fácil de engolir, suponho.
o fato é que o filme "apenas o fim", é chatíssimo.
[nesse espaço você pode refletir o quanto isso soa como inveja]
pois bem, sabendo que o filme foi feito por jovens estudantes de cinema da puc do rio, que agora começam a ser chamados de "a nova geração", ganhando certa visibilidade e alguns prêmios, todos os outros mortais estudantes do ramo sentem um certo nó na garganta.
conseguindo entender racionalmente tal fato, me desarmei de pré-conceitos e fui assistir o filme até mesmo pré-disposta a ver o que ele tem de bom. e tem, um pouco.
principalmente gregório duvivier, ator que carrega o filme nas costas, e algumas raras frases engraçadas.
mas, a bem da [minha] verdade, o filme é [repito!] chatíssimo.
consegui facilmente passar por cima das manchas na lente da câmera, das cores estouradas e do som mal captado, já que muito disso não deve ser culpa dos estudantes (experiência própria).
mas todo o resto não diz respeito à técnica...
cópia descarada de "antes do amanhecer" e "antes do pôr-do-sol", que aliás, já são cópias um do outro, "apenas o fim" tem por base (como todo filme de baixíssimo orçamento), o diálogo.
e aí entra o problema. diálogo este extraordinariamente desinteressante, recheado de frases de efeito e nomes de marcas (mcdonald's, lojas americanas, coca-cola...), essas, aparentemente, nem servindo de merchandising estavam; são citadas, juntamente com uma avalanche de referências estereotipadas (strokes, all star, orkut...), na tentativa desesperada de atingir um público jovem (chegando a lembrar a novelinha "malhação").
a falta de argumento do roteiro também incomoda. a garota esta terminando com o namorado porque vai fugir da cidade em 1 hora, e essa 1 hora de conversa é o filme.
pois bem, não parece uma fuga, muito menos um término de namoro. parece uma conversa entre amigos pseudo-cults em uma caminhada pelo ibirapuera.
nem mesmo a brevíssima (e surpreendentemente sem graça) aparição de marcelo adnet levanta a trama.
fora os vários momentos em que o filme se mostra na defensiva, colocando no tal diálogo tudo que o próprio filme tem de fraco.
agora sim posso admitir um pouco da minha inveja: o que me irrita nisso tudo é o reconhecimento nacional que esses caras estão conseguindo [ao meu ver] por nada.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

um pouco do que não fui - a mais mentirosa autobiografia

palavras domésticas – um suposto primeiro capítulo

muito me aborrece esta frustradíssima tentativa de se instalar um “neo-dadaísmo” na literatura.
bando de moleques tão inseguros e prepotentes quanto eu, porém, sem auto-crítica alguma.
são meia dúzia de palavras xulas aqui, mais algumas palavras em praticável desuso e, voilà: sou um escritor maldito, um poeta boêmio. como se obscenidades ainda chocassem alguém. mais fácil chocar com sutis delicadezas. e melhor! a boemia dos antigos botecos do bexiga é reduzida (e comparada!) às atuais boates elitistas.
em certos momentos chego a acreditar que a tentativa de escrever algo (ainda que péssimo), tirar boas fotos (sim! a onda se estende às mais caras lentes cor-de-rosa), ou qualquer manifestação artística que não envolva uma relação muito direta com talento (como pintura ou escultura... se bem que...) já é válida, já é o mais longe que uma juventude-classe-média-tolinha já chegou.
contudo, logo percebo que isso só cria uma avalanche de “arnaldos” antunes.
e o que pode ser pior que isso?
a causa de tanta falta de conteúdo, ao meu ver, não é pura e simplesmente a falta de talento nato, é, principalmente, a falta de repertório.
a velha mania de ler resumos. o não-estímulo literário dos (tão tolinhos quanto) pais.
o medo de livros grandes. o precaríssimo programa educacional.
o estímulo para começar a tentar se meter com arte? moda! incrível, não?
alguém um dia inventa um termo (seja ele cult, indie, ou o raio que o parta), desenterra uns filmes clássicos, põe umas roupas que a vó chama de “esquisitas” e pronto, sou único e criativo até minhas roupas estarem na vitrine da c&a (e esse processo é extraordinariamente rápido).
como naquela conversa em que, em uma epifania, entendi que o povo entra em contato com a moda tempo suficiente para querer e não o bastante para se apegar.
eu não sou chico, não quero tentar, e só escrevo na esperança de ganhar dinheiro com isso, já que ainda se paga pela água e pelo teto, o que, ao meu ver, é o cúmulo do absurdo.

sábado, 13 de junho de 2009

aurora

a coitada, mais que cansada, ainda teve que aguentar o nascer do sol em são paulo,
esse degradê de cinzas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

logística

me parece fazer sentido que o paraíso fique entre a saúde e a liberdade.