terça-feira, 28 de setembro de 2010

mamãe-quero-transgredir

eu sempre odiei video arte.
talvez esta seja a pior maneira de começar um trabalho sobre o tema, mas, tratando-se de uma temática tão transgressora, quem se importa?
este texto, escrito diretamente na caixa de "novas postangens" deste blog, nada mais é que uma resenha que preciso entregar nesta sexta, dia 1, para o professor r. e.
r. e. não é um professor tacanho e, por isso mesmo, me sinto à vontade para continuar.
esta entrega poderia estar em tal formato apenas para manter o caráter transgressor já citado, ou por vaidade minha, mas me pareceu mais ecologicamente correta.
a resenha é sobre o texto "made in brazil", do arlindo machado.
matenho o tom despojado encontrado no texto lido, e a liberdade opinativa de uma resenha.
enfim, eu odeio video arte.
para mim sempre esteve relacionado com algo nonsense, sem graça, sem objetivo, casual e, por vezes, irritante.
qual não foi meu desespero em descobrir que as aulas da disciplina "novas tecnologias em rádio e tv" tornariam-se longas sessões de video-arte.
talvez eu devesse deixar este comentário de lado, mas é mais emocionante assim.
bom, uma vez envolvida nisso, vamos pensar sobre isso.
o texto começa com uma afirmação cretina: o autor assume admirar mais o chacrinha que o maiakovski, os rolling stones e o caetano veloso...juntos.
eu chego a perder a noção se esse estilo admito-mesmo-e-daí? é genuíno.
ok, continuo.
na sequência arlindo machado conta, de modo semi-divertido, como surgiu a tvdo (lê-se tvtudo).
apesar da boa leitura e da identificação com as dificuldades relatadas, o texto acaba por resumir de modo assumidamente prepotente (e usando desnecessariamente a palavra "iconoclasta" 2 vezes em apenas 6 páginas) a ascenção dos membros fundadores da tal tv.
o autor conta com entusiasmo pedante como 4 jovens alunos da usp (incluindo ele mesmo, é claro) "revolucionaram" a maneira de fazer video, em um brasil em-plena-ditadura.
lembrando sempre que ele prefere chacrinha à caetano.
pausa. um comentário: caetano, hoje, se acha um semi-deus, e não o é. mas, convenhamos, o cara foi da tropicália, e o chacrinha era o circo de um povo sem pão.
uma passagem, enfim, que realmente me chamou à atenção, foi a conclusão do autor de que a desinformação em relação à video arte norte-americana permitiu que os artistas brasileiros tivessem uma autonomia de linguagem. tá aí algo que realmente faz sentido.
sem referência a criação é mais orgânica.
talvez seja esse o defeito da minha tv.
mesmo criticando, e acredito que isso seja parte visceral no direito de criticar, entendo o valor dado a estas obras experimentais, e as novas possibilidades que elas criaram para a verdadeira arte poder se expressar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

amar.ula, amar.etto

a enlouquente apreciadora de licores fitava, por entre a pele, os músculos, a gordura e a placenta, aqueles olhos azuis açucarados.
meu deus! e se não fossem azuis?
mas é claro que seriam azuis.
a barriga da nora nunca estivera tão grávida.
não seria um absurdo dizer que estava verde de grávida.
tremendo de grávida.
explodindo de grávida.
e não havia frangélico que negasse isso.
ela seria avó dentro de poucos dias e isso era emoção demais para um tacinha só.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

sistema nervoso - versão imperativa categórica

questiona tanto quanto quiseres, e sobre o que quiseres, mas obedeça.



.immanuel.kant.

sistema nervoso - versão transgressiva

o povo unido sempre sai ferido de algum jeito.

e você insiste que o sistema é cruel e escraviza o nosso povo...

te cuida, meu filho, não deixe o sistema nervoso.



[pelo @matheustorreao ]

[purple]

saudades da gente, pudim.
saudades de mim.
há tempos não me sentia inspirada.
as rimas nem são propositais e, no entanto, vêm.
tenho medo que isso se perca pelo travesseiro.
seria uma pena.
gosto da leveza de achar que seria apenas uma pena, e não uma catástrofe.
nem tudo é uma catástrofe, afinal.
me prefiro assim.
tiro mais das pessoas, e dou mais de mim.