terça-feira, 30 de dezembro de 2008
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
originária dubitare
-the hives ou the vines?
-vines! pensa assim: hives é wannabe rolling stones e vines é wannabe nirvana.
-ah...
-vines! pensa assim: hives é wannabe rolling stones e vines é wannabe nirvana.
-ah...
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
incessantemente
é literalmente a vigésima vez que passo por isso.
as epiléticas luzes.
as ítalo-decorações.
os agridoces.
entre as boas notícias.
o falso altruísmo.
capetalismo coca-cola.
veludo em pleno verão.
o presépio.
cadáveres à mesa.
e, é claro, o rei.
entre as más.
parece que ninguém se importa em manter, precisamente, toda essa neurótica sequência de práticas pré-determinadas, ano após ano.
sendo assim,
feliz natal.
as epiléticas luzes.
as ítalo-decorações.
os agridoces.
entre as boas notícias.
o falso altruísmo.
capetalismo coca-cola.
veludo em pleno verão.
o presépio.
cadáveres à mesa.
e, é claro, o rei.
entre as más.
parece que ninguém se importa em manter, precisamente, toda essa neurótica sequência de práticas pré-determinadas, ano após ano.
sendo assim,
feliz natal.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
zé.tom
todo compositor brasileiro é um complexado.
por que então esta mania danada
esta preocupação
de falar tão sério
de parecer tão sério
de ser tão sério
de sorrir tão sério
de chorar tão sério
de brincar tão sério
de amar tão sério?
ai, meu deus do céu, vai ser sério assim no inferno!
por que então esta mania danada
esta preocupação
de falar tão sério
de parecer tão sério
de ser tão sério
de sorrir tão sério
de chorar tão sério
de brincar tão sério
de amar tão sério?
ai, meu deus do céu, vai ser sério assim no inferno!
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
mesma moeda
comíamos como bons burgueses.
café da manhã vasto em frente à grande janela aberta.
além da janela, do outro lado da rua, dois trabalhadores levantavam uma parede.
suados, retinham e respiravam pó de cimento.
não houve troca de olhares entre eles e nós, mas se houvesse eu não saberia distinguir quem era espectador e quem era peça.
café da manhã vasto em frente à grande janela aberta.
além da janela, do outro lado da rua, dois trabalhadores levantavam uma parede.
suados, retinham e respiravam pó de cimento.
não houve troca de olhares entre eles e nós, mas se houvesse eu não saberia distinguir quem era espectador e quem era peça.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
bouchonné
mais um grande lenço xadrez em tons de cinza tornava arrogante um pescoço delicado.
ele tentava convencer-me das qualidades de um vinho branco.
falava-me do bouquet e de muitos outros detalhes narcísicos, típicos de pseudo-enólogos, vide lado paterno.
o lado materno não ouvia, mas concordava.
e ele continuava prolongando minha decantação.
as lágrimas hesitavam em dúvida, não sabendo por onde deviam escorrer, pelo côncavo ou pelo convexo.
acabavam sempre por acatar newton e desciam sinuosas, como a desbravar terrenos áridos.
o lenço. o lenço era mais expressivo que o pescoço, a garganta e as cordas vocais, juntos.
quanta propriedade a língua tentava demonstrar, falhando miseravelmente a cada gole.
toda monotonia alcoólica, um quase-moralismo lapidado.
um moderno.
certamente era preferível um tinto a falar-me sobre le parkour.
ele tentava convencer-me das qualidades de um vinho branco.
falava-me do bouquet e de muitos outros detalhes narcísicos, típicos de pseudo-enólogos, vide lado paterno.
o lado materno não ouvia, mas concordava.
e ele continuava prolongando minha decantação.
as lágrimas hesitavam em dúvida, não sabendo por onde deviam escorrer, pelo côncavo ou pelo convexo.
acabavam sempre por acatar newton e desciam sinuosas, como a desbravar terrenos áridos.
o lenço. o lenço era mais expressivo que o pescoço, a garganta e as cordas vocais, juntos.
quanta propriedade a língua tentava demonstrar, falhando miseravelmente a cada gole.
toda monotonia alcoólica, um quase-moralismo lapidado.
um moderno.
certamente era preferível um tinto a falar-me sobre le parkour.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
vidas-salvas
eram 3 minutos de dificuldade.
mas vá lá, eram apenas 3 minutos.
3 minutinhos, como dizem.
o tempo de um miojo.
se a água já estiver fervendo, claro.
o problema começa quando você está fervendo.
não importa se a fonte aumenta ou diminui, você vai continuar fervendo, se houver fonte.
e sempre há.
o problema não evapora. como bolhas pela pele, ele só vai ardendo mais.
e aí você percebe que os 3 minutos foram 3 horas.
mas pelo menos você não se afogou.
mas vá lá, eram apenas 3 minutos.
3 minutinhos, como dizem.
o tempo de um miojo.
se a água já estiver fervendo, claro.
o problema começa quando você está fervendo.
não importa se a fonte aumenta ou diminui, você vai continuar fervendo, se houver fonte.
e sempre há.
o problema não evapora. como bolhas pela pele, ele só vai ardendo mais.
e aí você percebe que os 3 minutos foram 3 horas.
mas pelo menos você não se afogou.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
oxige.nada
nunca aprofundei uma conversa com ela.
não conseguia me concentrar.
ela era tão bonita que ofuscava qualquer argumento que eu tivesse.
me hipnotizava.
era o tipo de pessoa que não faz nada demais, não diz nada demais, não quer nada demais... mas nossa, como era linda!
agora ela está loira e puxa, como perdeu a graça...
não conseguia me concentrar.
ela era tão bonita que ofuscava qualquer argumento que eu tivesse.
me hipnotizava.
era o tipo de pessoa que não faz nada demais, não diz nada demais, não quer nada demais... mas nossa, como era linda!
agora ela está loira e puxa, como perdeu a graça...
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
(falta de) bom senso natalino
excesso de natal.
é disso que algumas pessoas sofrem nessa época.
uma árvore bem montada, umas luzinhas delicadas (ou seja: brancas e que não pisquem!), uma guirlanda coerente com a porta... tudo isso é bonitinho (não entrando no mérito natal-coca-cola-capitalismo-pleno-verão).
mas tem gente por aqui que enche o telhado de luzinha colorida piscando frenéticamente, na graminha da frente da casa coloca um papai noel inflável enorme, duas renas que piscam e uns doendes, na varanda mais pisca-pisca colorido, metade apagado (essas luzinhas não duram nada, não?), um papai noel pendurado numa escadinha, todo enrolado por causa do vento, estrelas mal posicionadas, com as cores dos states, que piscam independentes umas das outras, sem harmonia alguma, mangueirinhas luminosas formando corações toscos (que falta de nexo), árvores imensas com enfeites horrorosos só até onde um ser baixo e sem escada alcançou, neve artificial, e todo tipo de parafernalha natalina que se possa mensurar!
é natal ou carnaval?
é disso que algumas pessoas sofrem nessa época.
uma árvore bem montada, umas luzinhas delicadas (ou seja: brancas e que não pisquem!), uma guirlanda coerente com a porta... tudo isso é bonitinho (não entrando no mérito natal-coca-cola-capitalismo-pleno-verão).
mas tem gente por aqui que enche o telhado de luzinha colorida piscando frenéticamente, na graminha da frente da casa coloca um papai noel inflável enorme, duas renas que piscam e uns doendes, na varanda mais pisca-pisca colorido, metade apagado (essas luzinhas não duram nada, não?), um papai noel pendurado numa escadinha, todo enrolado por causa do vento, estrelas mal posicionadas, com as cores dos states, que piscam independentes umas das outras, sem harmonia alguma, mangueirinhas luminosas formando corações toscos (que falta de nexo), árvores imensas com enfeites horrorosos só até onde um ser baixo e sem escada alcançou, neve artificial, e todo tipo de parafernalha natalina que se possa mensurar!
é natal ou carnaval?
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