ele sentou na minha frente, mas de lado, graças a irritante disposição dos assentos do metrô.
parecia um ex-baterista de banda de metal tentando se desprender das drogas.
com olhar alucinado lia um livro qualquer de auto-ajuda, daqueles com capa colorida e cheia de efeitos, chamado "o amor é o caminho", ou qualquer coisa que o valha.
foi nesse sujeito que meus joelhos encostaram.
também pudera, além dos assentos em si serem demasiado juntos, minhas pernas são longas e o indivíduo não era nada pequeno.
ninguém fez nada a respeito.
conseguimos lidar bem com a situação durante duas estações, quando ele se levantou e foi embora, me deixando a pensar na desesperadora falta de contato físico entre as pessoas.
só mesmo no metrô para sentir alguma espécie de calor humano.
depois dessa estranha e necessária reflexão, uma dúvida ainda me assola:
ele era baterista?
Um comentário:
passei seu blog pra sté, ela adorou.
eu queria ter esse fervor de idéias boas, e o mais incrivel é que elas não seriam nada se não fosse essa forma tão lily de expressá-las.
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