sábado, 26 de dezembro de 2009

o que resta

chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
o que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar,
de repente não presta mais:
jornais, retratos, poemas, posteridade.
minha bagagem é a roupa do corpo.

fabricio.carpinejar

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