não por acaso logo acima do espelho repousa uma pequena máscara.
vulnerável veneziana equilibrada em bruto prego.
a porcelana branca fora coberta de tinta e purpurina por fino pincel, manejado com esmero.
vê-se por entre os olhos vazados, a paisagem.
não há gondolas em seus dutos lacrimais.
a boca, muito roxa, contrasta com o nariz alvo, sem tinta.
os olhos que lhes faltam ignoram o espelho.
a moldura rota, o reflexo imundo.
quem precisa dos olhos, tendo veneza?
Um comentário:
mas afinal, a máscara está próxima ao espelho.
certamente, terão olhos ali.
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