segunda-feira, 9 de junho de 2008

um sopro de vida

"de repente as coisas não precisam mais fazer sentido. satisfaço-me em ser. tu és? tenho certeza que sim. o não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência. de certo tudo deve estar sendo o que é."

"o tempo passa depressa demais e a vida é tão curta. então - para que eu não seja engolida pela voracidade das horas e pelas novidades que fazem o tempo passar depressa - eu cultivo um certo tédio. degusto assim cada detestável minuto."

"mas ao mesmo tempo tudo é tão fugaz. eu sempre fui e imediatamente não era mais. o dia corre lá fora à toa e há abismos de silêncio em mim. a sombra da minha alma é o corpo. o corpo é a sombra da minha alma. (...) peço vênia para passar. (...) sou feliz na hora errada. infeliz quando todos dançam. me disseram que os aleijados se rejubilam assim como me disseram que os cegos se alegram. é que os infelizes se compensam."

clarice.lispector

3 comentários:

Grazi. disse...

clarice. ^^ (sim, no curso de letras tratam ela com tamanha intimidade. até fica contagioso)
tem certeza que não quer entrar pro meu curso? (uhuh)

com a intenção de sempre aqui visitar, Grazi.

Anônimo disse...

um primeiro comentário não muito pertinente por causa do horário. Mas a presença é marcada com entusiasmo de espírito e com vindas mais pertinentes a um lugar onde posso fugir do mundo real num espaço de tempo ínfimo.

Saaudades guria.

Beijos!

Grazi. disse...

editadissimo o link do teu blog no meu blog! ;p